Publicado em 25 de novembro de 2024
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[Artigo] Sucessão em empresas familiares: um tema delicado que fica leve quando tratado sob a ótica da governança

Empresas familiares são inspiradoras. Nas mais variadas atividades econômicas, são inúmeros os casos de grandes marcas, de corporações que deixam legado à sociedade, cujo ponto de partida foi dado pelo esforço e espírito empreendedor de famílias.

Isso é muito saudável para o mercado e, como mencionei, para a sociedade de um modo geral.

Contudo, como é natural no ciclo da vida, gerações sucedem gerações. A empresa familiar se vê, então, diante de um dilema: como lidar com a necessidade de sucessão nos negócios?

É um tema delicado, um desafio. Afinal, envolve relações de afeto e sentimentos múltiplos. Os laços familiares devem ser preservados, ao mesmo tempo que decisões pragmáticas precisam ser tomadas. Além disso, a empresa, como geradora de emprego e renda, tem responsabilidades sociais que igualmente devem ser observadas.

A literatura sobre o tema, artigos de instituições como o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, entre outras fontes, e a própria prática têm demonstrado que tudo fica mais leve, mais natural e sem maiores desgastes quando uma organização estabelece um plano de governança.

Com o conceito de ESG – sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, ou meio ambiente, social e governança – cada vez mais em voga, é importante prestarmos atenção e envidarmos esforços em torno da letrinha “G” desse conceito.

Um plano de governança, de fato, deve prever premissas e procedimentos para a sucessão dentro de uma empresa. Estamos falando aqui, neste artigo em especial, da sucessão dos herdeiros dos fundadores e dos controladores, mas é importante abrir um parêntese: a sucessão se refere também a cargos de comando e gestão.

Um plano de governança bem fundamentado, elaborado e consistente protege a empresa de ruídos, desgastes e imbróglios quando se fizer necessária uma sucessão. Blinda a empresa ainda de agentes e interesses externos, porque, não raro, vemos acontecer no mercado que a ausência de uma política de sucessão gera exposição de fragilidades que podem pesar negativamente na continuidade da empresa.

Nesse processo de sucessão, é indispensável ter maturidade para compreender que, entre os que estão passando o comando e os novos gestores, há diferenças de perfis, comportamentos, perspectivas, modos de pensar e agir. Isso deve ser respeitado. Entretanto, insisto: com um plano de governança sólido, acima das individualidades estarão a missão, a visão e os valores da empresa. Assim, por mais distintos que sejam tais perfis, a essência e a cultura da organização tendem a ser priorizadas e preservadas.

Por Reynaldo G. Júnior e Marco Stoppa, diretores da Reymaster Materiais Elétricos, de Curitiba, empresa com quase 40 anos de atuação no mercado

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